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terça-feira, 4 de outubro de 2011

Apelação pra que lado?


Essa semana um dos assuntos que está sendo discutido por muitas pessoas e que mereceu destaque na mídia, foi o afastamento do comediante Rafinha Bastos da bancada do CQC.

Não sei qual a opinião da maioria das pessoas, mas gostaria de dizer algumas coisas a respeito.

A linha entre a piada e a ofensa realmente é tênue e fácil de ser ultrapassada. É muito fácil o comediante ofender alguém. Meses atrás tivemos um episódio em que o comediante
Ben Ludmer fo agredido ao fazer uma piada sobre gordos com um integrante da platéia. O que quero dizer é que o humor carrega em seu DNA a sátira e a ridicularização, o que muitas vezes leva à ofensa, geralmente para o alvo da piada.

Faço um questionamento: Até que ponto o CQC, que carrega em seu próprio nome uma postura de independência e ousadia, acertou no afastamento do comediante? O nome do programa 'CQC - Custe o Que Custar' nos transmite uma imagem que por muito tempo foi fator preponderante para o sucesso do programa; uma imagem de que independente do preço, manteriam a sua postura ácida e agressiva, que encantou muita gente.

A história que é passada por aí é a de que o emaranhado dos acontecimentos passa pelo fato de o marido da Wanessa Camargo ser sócio do Ronaldo Fenômeno na 9nine, que é agenciadora de vários atletas e influente com vários anunciantes na BAND. A emissora pressionada decidiu afastar o comediante.

O ponto que quero chegar é o seguinte: Será que não rola no Brasil um exagero do politicamente correto? Um patrulhamento moral excessivo que quer tornar tudo certinho e padronizado?

E daí eu faço outra pergunta. Padronizado de acordo com quem? Qual o padrão que deve ser seguido? Quais valores devem ser cultivados? O que é certo ou errado?

Alguns dos maiores comediantes do mundo são marcados pela acidez e agressividade de suas piadas e espetáculos. Isso também faz parte da comédia! Um dos maiores comediantes de stand-up de que tenho notícia é uma figura extremamente ácida e agressiva até, George Carlin.

O ponto que quero chegar é que está tudo muito chato e a patrulha do politicamente correto está em todo lugar, e está tomando conta de tudo! A piada está morrendo, e está ficando tudo menos divertido...

Quando ouço o Rafinha Bastos dizer que comeria a Wanessa Camargo e o bebê que ela espera, eu realmente não acredito que ele fará de verdade aquilo que ele fala! É um momento de piada, infeliz talvez, mas ainda assim uma piada. Quem achar que ele faria realmente aquilo precisa de tratamento... é doente!

Quem se achou ofendido tem todo direito... Ache o comediante um cuzão sem talento e ignore! Esse episódio me pareceu mais um capricho de um plaboy (o marido da Wanessa Camargo) que fez o que fez para mostrar poder pra esposa e pros amigos... A vida seguiria normalmente sem tudo isso, e talvez até melhor... Podem ficar tranquilos! O Rafinha Bastos não vai comer a Wanessa Camargo e muito menos o seu bebê...

Não estou dizendo que as pessoas não possuem o direito de se ofender, pelo contrário! Mas a mobilização em torno da piada (ou ofensa) do Rafinha Bastos me deixou de certa forma assustado. Toda essa onda em cima desse episódio me pareceu muito exagerada. Já vi esse rapaz fazer piada bem pior que essa...

Wanessa Camargo... Tu tá mais chata que a Sandy!


segunda-feira, 18 de abril de 2011

Saudades...

Estou em um momento nostálgico...

Tenho saudades dos tempos de criança...

Saudades de brincar despreocupado, correr descalço pela rua, jogar bola, tocar a campainha e sair correndo, soltar traques, brincar de finca, pique, de lutinha...

Saudades de não entender dos problemas dos adultos, de não ter conta pra pagar, de não ter um horário rígido...

Saudades de abrir a lancheira e descobrir o que minha mãe havia preparado de lanche, de folhear os livros recém comprados, e antes das aulas começarem já ter lido todas as tirinhas e quadrinhos dos livros de redação e portugês, saudades da expectativa com a compra dos novos materiais escolares...

Saudades das festas de família na casa da minha avó, com todo mundo presente, os primos espalhados, os tios bebendo e contando piadas horrorosas...

Tenho saudades dos tempos que passei com minha vó Lica...

Saudades das histórias que ela contava de Sem-Peixe, dos desenhos que ela fazia junto comigo pra escola, de entregar o jornal pra ela todo dia de manhã, de subir as escadas da casa perguntando se ela estava em casa...

Tenho saudades dos tempos de Arquidiocesano...

Saudades do torneio de futebol do recreio, dos amigos que por lá fiz e que não vejo mais, do bate papo com o Jésus ou o Seu Geraldo, saudades de alguns professores, saudades dos tempos do bosquinho, do palquinho e do parquinho...

Tenho saudades de uma pessoa em especial... Uma pessoa que nem está assim tão longe, entretanto também não posso dizer que esteja assim tão perto... Saudades das boas sensações vividas, dos momentos de felicidade, mesmo que efêmeros... Saudades de desejar bom dia ou boa noite... Saudade de saber como está, de ouvir sobre seus problemas e poder confortá-la, mesmo que minimamente ou por um breve momento! Saudades de tudo que essa pessoa pode proporcionar enfim! Porque essa saudade? Seilá, isso não se explica, apenas sentimos...

Não sei nem porque escrevo isso. Não é do meu feitio dividir esse tipo de coisa, mas seilá...

Quem ler isso talvez pense que com tanta nostalgia eu esteja triste e melancólico. Talvez um pouco. Mas uma idéia me conforta muito. Eu tive a oportunidade de viver momentos maravilhosos... Simples e maravilhosos... E que hoje são dignos de minhas saudades!

terça-feira, 1 de março de 2011


Notícias ruins sempre existiram. Péssimos exemplos permeiam a história da humanidade. Mas a cada dia podemos nos surpreender com algo ou alguém.

As vezes a impressão que tenho é que caminhamos na contramão. Muitas vezes percebo que involuímos ao invés de evoluirmos. Alcançamos conquistas estupendas em diversos campos. A ciência e a tecnologia tiveram no século XX um salto impressionante. Porém toda essa tecnologia não serviu para melhorar o relacionamento humano, as ideias, a organização social e tantos outros aspectos humanos.

Uma cena escandalizou o Brasil inteiro nesses últimos dias. Um "monstrorista" atropelou sem dó nem piedade uma massa de ciclista que vejam só, manifestavam por uma trânsito mais humano! Porca ironia...

Não consigo entender como alguém consegue investir com tanta violência contra pessoas que do alto de suas bicicletas, não teriam condições nem de tentar se defender. A cena é forte, e a primeira reação que temos é de que só pode ser mais uma montagem, dessas que povoam a internet.

Claro que a veracidade do vídeo é evidente. Mas tendemos a duvidar no primeiro instante pelo absurdo que a cena mostra. Eu mesmo vi o vídeo pelo menos uma dezena de vezes. E custei a acreditar que alguém fosse capaz de fazer aquilo.

Muito foi dito sobre esse acontecimento. Foi dito que a organização do movimento Massa Crítica não comunicou as autoridades, em um tom que me pareceu querer aproveitar a tragédia para pregar uma lição de moral, de que a culpa seria dos ciclistas que não avisaram a polícia. Como assim? Toda última sexta-feira de cada mês os ciclistas se reúnem no mesmo local e no mesmo horário. Será que somente as autoridades não sabiam disso? E será que é necessário o aparato policial para poder exercer meu direito de cidadão? Tá certo que é mais prudente comunicar as autoridades, mas daí a ser uma necessidade eu acho que é lamentável.

Foi dito por alguns que esse tipo de manifestação realmente irrita as pessoas e que um dia algo do tipo aconteceria, e que o fato não é justificável, mas explicável. 'Péra lá companheiro!' Quer dizer que um cidadão ou um grupo de cidadãos não pode mais se manifestar publicamente? Se esse cidadão estivesse frente a uma passeata de professores, profissionais da saúde ou pensando em uma realidade próxima desse bandido, uma passeata de bancários reivindicando seus direitos, ele passaria por cima? Sei não...

O que esse bandido fez é emblemático, e esse bosta(não achei termo melhor) representa sim:
  • uma classe sócio-econômica
  • um modelo de comportamento
  • um modelo de pensamento
O que eu vou dizer pode ser interpretado como mero exercício de indignação pueril e de mágoa classista. Mas não é. É apenas a realidade, e que está aí pra todos. Só não vê quem não quer.

Esse inclassificável ser vivo é o tipo de pessoa que por pensar que tudo e todos existem em função dele, representa o que disse no início desse post e que é o modelo de pensamento e comportamento a que me refiria. É o modelo da classe sócio-econômica a qual esse senhor Ricardo Neis pertence.

É alguém que tem acesso a tudo, aos maiores avanços tecnológicos, acesso à informação, formação acadêmica ou ao conhecimento de grandes pensadores. A humanidade já avançou tanto, já estudou tanto e já passou por tantas situações absurdas e violentas que era de se esperar que os humanos aprendessem com a humanidade.

Para fazer aquilo, esse senhor deve ter pensado: "Essa corja de ciclistas atrapalhando o trânsito, eu atrasado pro meu compromisso! Que se dane esses viadinhos, eu de dentro do meu possante carro passo por cima dessa cambada, e livro o mundo de alguns bostinhas! Além do que, nem concordo com o que eles reivindicam!Melhor passar por cima, minha razão é maior que a deles, a a minha pressa vale muito mais que a vida de qualquer um deles"

Tomara que esse caso não fique impune, e que não acabe com um esse assassino pagando algumas cestas básicas e pronto. Alegar legítima defesa? Me poupe de escutar tamanha asneira! O único que estava armado era ele!

Não desejo a ele um final violento, apesar de que no auge da revolta muitos assim desejem. Não acredito na violência como forma de punição à ninguém! Mas espero que esse senhor seja retirado de circulação, pois apresenta sim perigo para a sociedade! Veja o que disse o promotor:

"O histórico do motorista nos dá segurança para afirmar que ele representa um risco para a sociedade. Há registros de multas por dirigir na contramão, sobre a calçada e também casos de agressividade. Além disso, o Ministério Público tem uma posição de atitude. Esse é um caso inusitado, de tentativa de homicídio duplamente qualificado, em que há uma agressão por motivo fútil, com o automóvel, contra pessoas que protestavam justamente pela humanização do trânsito"
Todo o país deve acompanhar o que acontecerá com esse traste. Esse caso não pode ser esquecido jamais, por tudo que ele representa e nos chama à refletir. Justo em um evento pelo trânsito mais humanizado ocorreu essa barbaridade. Devemos parar pra pensar em como a cidade grande interfere em nosso comportamento, em nosso temperamento. Praticar o auto-controle e a gentileza é fundamental!

Pensemos amigos! Do que jeito que a coisa anda, não dá mais!

quinta-feira, 27 de janeiro de 2011

A VIDA E A MORTE...

Na última semana tive a péssima notícia de que uma antiga colega de trabalho havia falecido. Tão jovem e alegre, aquela figura que trabalhou diretamente comigo uns meses atrás, deixou de existir. Assim mesmo, abruptamente.

Esse tipo de evento mexe muito com qualquer pessoa, e comigo não foi diferente. A fragilidade do ser humano é evidenciada com uma brutalidade sem tamanho. Esfrega-se nas nossas fuças que não somos nada. Uma pessoa tão jovem e saudável tem a sua existência aniquilada em questão de segundos.

Antigamente o pensamento da morte me causava dias e dias de reflexão melancólica e improdutiva. Por não acreditar em religião nenhuma, em deus nenhum, em nenhuma representação do ‘divino’, eu não tinha a palavra de conforto sobre uma existência pós-morte. A morte nesse caso representa pura e simplesmente o fim. Assim mesmo, seco.

Hoje em dia o pensamento sobre a morte ainda causa desconforto. Claro! É o fim, o desconhecido, e acima de qualquer coisa é inevitável. Não podemos fazer nada contra ela. E esse sentimento de impotência é que eu acho que é o pior.

A humanidade ao longo da sua existência aprendeu a modificar praticamente tudo o que precisou. O ambiente é completamente modificado. A tecnologia desenvolvida ao longo de toda a história da humanidade permitiu que criássemos e adaptássemos quase tudo à nossa volta. Mas a morte é intocável. No máximo atrasamos seus planos, mas a vontade de Azrael, o ceifador sinistro é sempre cumprida.

Mudei muito a minha reação à morte. O fim seco e vazio que antes me torturava quando pensava nisso, hoje já não é o que mais me incomoda. E não é porque eu encontrei a palavra de conforto que me faltava, dizendo sobre uma existência pós-morte. É justamente o contrário.

Continuo a não acreditar em um deus ou entidade divina. E acho que a beleza da história está justamente nesse ponto. Não precisamos nos apegar ao conceito de uma existência pós-morte para sermos felizes em vida! Afinal não é o pensamento em deus ou em um plano espiritual que fará a nossa existência melhor. O importante é viver sem se prender a medos irracionais. Só existe morte onde antes havia vida. Sejamos felizes agora!

O crucial então, é VIVER. Não apenas existir, mas viver! No sentido mais amplo que a palavra possa ter. Experimentar, curtir as coisas boas e certas, aprender com as ruins e erradas, sorrir, chorar, correr, trabalhar, estudar, viajar, amar, sofrer, cantar e tudo o mais que a vida pede.

Particularmente, o triste evento da morte da minha amiga Bibiana me fez refletir sobre o fim. É claro que fiquei pensativo! A morte brandiu sua foice gélida próximo a mim. Atingiu uma amiga, e de forma brutal! Mas o que mudou foi a forma de encarar o fato. Fiquei sim muito triste, e por um instante, com o sentimento de que foi cometida certa injustiça, pois a Bibiana ainda tinha um longo caminho a percorrer. Porém não posso deixar de pensar que enquanto viva, ela aproveitou muito bem sua existência. Curtiu cada momento. Vivenciou coisas ótimas e coisas ruins. Foi feliz, alegrou a todos com sua espontaneidade e contribuiu de forma positiva na vida de muitas pessoas. Ela viveu enfim...

terça-feira, 16 de novembro de 2010

ISOLAMENTO HIGH TECH


Como disse anteriormente, fiquei alguns dias sem acesso à internet aqui em minha casa. Foi tenso. A todo momento lembrava de alguma coisa que gostaria de fazer na Wolrd Wide Web. Pude perceber enfim que a minha relação com essa ferramenta tão revolucionária não é assim tão boa.

Durante esse tempo sem acesso eu me peguei em diversos momentos parado olhando pro nada, como se estivesse desligado do mundo. Me assustei com isso. Passei a me questionar quando foi a última vez que saí durante o dia para dar uma volta em algum parque aqui da região. A Lagoa do Nado por exemplo, que antigamente eu ia muito. Quando foi a última vez que eu realmente separei um tempo pra organizar as minhas coisas, planejar novos rumos, novas atividades...

Percebi que na realidade virei um refém da tecnologia. E que muitos ao meu redor também! A tecnologia, certa vez foi definida por Bill Gates como o instrumento que serviria para aproximar as pessoas, e já foi definida assim por muitos, mas tenho minhas dúvidas se a tecnologia não tem sido um instrumento que afasta cada vez mais as pessoas.

Claro, com a tecnologia e principalmente a internet, a comunicação e a divulgação de idéias ficou muito mais fácil. Mas será que aproximou as pessoas? Já reparou que na rua, ou no ônibus, na fila, em qualquer lugar, é cada um com seu MP3-4...20, ou com seu i-phone de última geração, ou com seu netbook, e que ninguém é capaz nem de olhar no olho de outra pessoa?

Estava reparando como o nosso mundo está todo passando para a esfera virtual. Não que estejamos trocando 100% da nossa vida pelo virtual, o que quero dizer é que a maioria das sensações e atividades podem ser simuladas.

Se quiser se distrair cudando de animais, ou estiver precisando de um clima mais rural, vá jogar a fazendinha do orkut. E não to brincando não! Para muitas pessoas aquela fazendinha é a válvula de escape! A paz e a tranquilidade que eu consigo indo pra cidade de Sem-Peixe pra curtir uma rocinha e ficar tranquilo, muitas pessoas conseguem com a fazendinha do orkut! Exagero? Pra essas pessoas não. Olha a importância da fazendinha na vida dessa senhora:



A impressão que tenho é que a vida que a gente leva, principalmente nos grandes centros urbanos, é tão corrida e tão carente de prazeres realmente relevantes que qualquer oportunidade de prazer e bem-estar, por mais efêmero que possa ser, é perseguido com muita intensidade.

Seja a Colheita Feliz, World of Warcraft, MSN, Orkut, FAcebook, Twitter ou outra rede social e qualquer forma de interação ou de simulação de uma atividade qualquer, a internet ocupa espaços na vida das pessoas que para quem está envolvido fica difícil perceber a dimensão dessa coisa toda.

Não podemos ignorar a importância e o ganho que a tecnologia trouxe para as nossas vidas. É evidente que o avanço tecnológico é muito positivo. Através desse avanço observamos as principais mudanças na vida humana, e que possibilitam maior qualidade de vida. A tecnologia por si só é ótima! Ruim é a relação que muitos de nós estabelecemos com ela.

Nesse tempo que fiquei desconectado, percebi quanto tempo eu gasto na internet, vídeo-game, um pouco na TV, entre outras coisas. Não que seja ruim. Mas percebi que a maioria do tempo que passo preso ao entretenimento tecnológico é gasto em sua maioria com coisas improdutivas e que na maioria das vezes me isola do mundo ao meu redor. É um tempo que fico alienado a tudo que acontece ao meu redor.

Enfim, voltei a estar conectado. E depois desse tempo todo, depois dessa reflexão e de perceber que realmente sou refém da tecnologia, estou eu aqui novamente! Infelizmente... NÃO CONSEGUI ME LIBERTAR!





sábado, 13 de novembro de 2010

Onde há fumaça...


Não sei se todos tem reparado. Mas o número de incêndios em favelas de São Paulo não está muito exagerado?

Eu como estou desempregado a agum tempo, de vez em quando fico zapeando os canais podres dessa televisão brasileira. É impressionante, fico parado na frente da TV e dificilmente fico mais de 15 segundos em um mesmo canal. Passo alguns minutos nessa vida de telespectador nômade e logo me canso e desligo a TV.

Porém uma coisa me chama muito a atenção. Nos últimos tempos, não é raro presenciar naqueles plantões mefistofélicos um grande incêndio em alguma favela de São Paulo.

Tem algum tempo que venho pensando nisso. Comecei a me perguntar o motivo de tantos incêndios nas favelas de SP. Não é normal isso. Não podem ser apenas acidentes. Será? Acho que não. Isso me incomodou por alguns dias, e me incomoda ainda mais agora.

Na revista Caros Amigos nº163, um artigo escrito por Débora Prado levantou essa questão. E trouxe dados interessantes, que só fizeram alimentar meu desconforto em relação a esse fato. Segundo a reportagem as favelas que pegaram fogo na cidade de São Paulo, são todas em regiões privilegiadas, onde existe um altíssimo interesse do mercado imobiliário. Algumas delas a prefeitura tenta retirar os moradores a muito tempo.

Sei não, mais do que suspeito. Acho que não são meros acidentes. Lógico que não estou afirmando nada e nem posso. Não tenho provas de nada e nem conheço pessoalmente os lugares que se incendiaram. No meu distanciamento só posso achar estranho, sem afirmar coisa alguma.

Pra quem tiver acesso à revista sugiro que leiam esse artigo. Algumas situações levantadas pelas lideranças comunitárias são graves. Na favela Real Parque, na zona sul de São Paulo, o incêndio começou em uma área que segundo as lideranças, é alvo de duro embate contra a prefeitura. Segundo os moradores, a perícia não é feita. "O barraco queimou de fora pra dentro" afirma um dos moradores. As autoridades se omitem, e o problema real, que é de moradia digna pra população, é mascarado.

sexta-feira, 5 de novembro de 2010

FICA QUIETINHA MAYARA PETRUSO...




Fiquei um bom tempo sem internet. Por problemas de ordem técnica, passei os últimos dias sem acesso à rede mundial. Fiquei triste ao perceber o quanto fiquei dependente dessa ferramenta nos últimos tempos. É um assunto que merece um post, e que estará presente no blog num futuro bem próximo.

Logicamente, passei esses últimos dias pensando em escrever algo sobre a vitória da Dilma. Pensava que seria o meu assunto prioritário aqui nesse espaço quando eu retomasse o meu acesso à internet.

Porém quando volto a navegar nesse vasto mundo virtual de informações e entretenimento, me deparo com a necessidade de rever o meu assunto prioritário. Sinto a necessidade de comentar o caso de preconceito e xenofobia exdrúxula, que fiquei sabendo sem maiores detalhes durante a semana e que agora pude me inteirar dos detalhes.

Coisa nojenta o caso da estudante de direito Mayara Petruso, que demonstrou todo o seu ódio e ignorância para todo o país, e que para minha surpresa, suscitou uma onda de ódio e intolerância pela rede, com números alarmantes! É dos fatos mais lamentáveis que tive notícia nos últimos tempos.

As declarações de Mayara e de seus "coleguinhas" da alta classe brasileira, retratam a ignorância e a redoma em que vivem.

A idéia defendida por Mayara e seus amiguinhos, a idéia do sul desenvolvido e do nordeste completamente atrasado e culpado pelos problemas de todo o país, vem do pensamento fortemente incrustado nas cabeças amebáticas do sul e sudeste.

Na realidade, o nordeste tem muito mais motivos para reclamar do sudeste do que o contrário! Esse tão propalado desenvolvimento do sul e sudeste, deve-se a uma política de negligência das demais regiões do país.

O suposto atraso do norte/nordeste que tanto incomoda Mayara, tem raízes profundas nessa elite paulistana que ela representa. Aliás, o que seria de São Paulo sem os nordestinos? Proponho à Mayara, que saia pelas ruas de São Paulo e tente conhecer a sua própria cidade e observar quem faz são Paulo funcionar. Tente observar se somente com os paulistas, essa metrópole se formaria.

Digo mais. Será que Mayara conhece a história de seu país e sabe reconhecer alguns de seus principais ícones? Vamos ajudá-la:

  • Será que ela conhece Assis Chateaubriand? Nascido em Umbuzeiro-PB, fundador dos Diários Associados, Masp, TV Tupi.
  • Já ouviu falar em Rui Barbosa a águia de Haia, jurista, diplomata, escritor, filólogo, tradutor e orador brasileiro, deputado, senador, ministro? Nascido em Salvador-BA.
  • Aurélio Buarque de Holanda, que já foi pro Rio de Janeiro formado em Direito pela Faculdade de Direito de Recife. Naceu em Passo de Camaragibe-AL.
  • Rachel de Queiroz primeira mulher a ser imortalizada na ABL. É lá de Fortaleza-CE.
  • Gonçalves Dias (Caxias-MA) poeta, formado em Direito pela Faculdade de Direito de Coimbra
  • José de Alencar (Fortaleza-CE) jornalista, político, advogado, orador, crítico, cronista, polemista, romancista e dramaturgo
  • José Lins do Rego (Pilar-PB) jornalista, romancista
  • Graciliano Ramos (Quebrangulo-AL) jornalista, romancista
  • Jorge Amado (Itabuna-BA)
  • Ariano Suassuna (João Pessoa-PB)
  • No teatro, cinema e TV: Wagner Moura, Lázaro Ramos (baianos), Cineasta Cacá Diégues (alagoano), Arlete Salles , Aguinaldo Silva (pernambucanos), José Wilker (cearense), Glória Perez (acreana), Antônio Calmon (amazonense), Cacá Carvalho, Dira Paes, Norton Nascimento, Rosamaria Murtinho (paraenses)
  • Na música: Luiz Gonzaga, Chico Science, Alceu Valença, Geraldo Azevedo (pernambucanos) Gal Costa, Caetano Veloso, Gilberto Gil, Raul Seixas, Pepeu Gomes, Moraes Moreira (baianos), Roberta Miranda, Chico César, Zé Ramalho, Elba Ramalho (paraibanos) Hermeto Paschoal, Djavan (alagoanos), Fafá de Belém, Leila Pinheiro (Pará)
  • No esporte: Zagallo (Maceió-AL),Tadeu e Orcar Schmidt (norte-riograndenses), Carlão do vôlei (acreano), Antonio Pizzonia (amazonense), Sócrates, Ganso, Hélio Grace (paraenses),
  • Na comédia:Tom Cavalcante, Chico Anysio, Renato Aragão, Tadeu Mello (cearenses), José Vasconcelos (acreano)
  • Um dos criadores do Jornal Nacional e um dos maiores jornalistas da história do nosso país, Armando Nogueira é de Xapuri-AC.
Infelizmente, muitas pessoas compram a idéia vendida pelo PIG(partido da imprensa golpista), e por políticos, empresários, celebridades e etc., que bolsa família é coisa pra sustentar vagabundo. Que todo pobre, seja nordestino ou não, está nessa situação por falta de empenho e dedicação. Propagam irresponsávelmente essa mentalidade de que o pobre é preguiçoso e por isso não está bem de vida.

É errado o governo ajudar os mais pobres? É errado o governo tentar de alguma forma distribuir um pouco de renda pra quem não tem nenhuma? Será que é errado o governo zelar pelos mais necessitados? Então pra que serve o governo? Só pra ajudar os bancos e as grandes empresas?

Acho que a visão de governo dessas pessoas está um pouco distorcida. Acho que o conceito de viver em sociedade é muito mal interpretado por um monte de gente. Falar que foi o nordeste que elegeu a Dilma, porque só tem vagabundo querendo ser sustentado pelo bolsa família é um absurdo tão grande! Só demonstra a idiotice dessa infeliz criatura que, vivendo em sua redoma, protegida pelo papai, é impedida de enxergar a realidade do país em que ela vive.

Ao invés de afogar um nordestino, como pediu Mayara, me faça um favor: Estude um pouco a história do nosso país, pegue um livro de história, de geografia, e reflita. Pense direitinho antes de atacar um nordestino, de criticar programas de distribuição de renda ou de auxílio social. Ah, e se conhecer a Mayara ou algum de seus amiginhos, ensine pra eles também!

sábado, 30 de outubro de 2010

Voto Serra pq?









Simples assim...

Debates... Lamentável esse espetáculo de horrores...

Ontem aconteceu na globo o último debate entre os presidenciáveis! Que bosta! Não tenho outra expressão que defina melhor, me desculpe!

Não sei pra que promover debates como os que temos atualmente. Debates improdutivos e manjados. Perguntas cretinas com respostas vagas.

O teatrinho armado pela globo foi lastimável. Aquelas perguntas feitas pelos cidadãos presentes foi uma tentativa deprimente de criar a impressão de um debate popular. Estava na cara que aquelas perguntas não foram formuladas por aquelas pessoas.

Esses debates parecem um jogo de cartas marcadas onde é proibido fazer perguntas que possam constranger algum dos candidatos. Coisa irritante essa de ficar com as mesmas perguntas insossas de todo debate.

Queria ver no debate os candidatos serem confrontados com os seus problemas mais evidentes. Queria ver perguntas que expusessem os candidatos e que contribuíssem de forma verdadeira para a minha reflexão sobre quem é melhor ou pior.

Queria ver o Serra explicando o porque de largar todo cargo político que ocupou até hoje na metade do mandato, mesmo assinando compromisso em cartório de que não faria isso. Ao invés de ver o Serra dizendo que lutou pela democracia e que enfrentou a ditadura, gostaria de ver ele explicar o fato de ter se encontrado com Magalhães Pinto (que era o líder civil do golpe) um dia antes do golpe e ter largado a UNE logo em seguida. Queria ver ele explicar sobre as fraudes nas obras do metrô de São Paulo. Explique o Paulo Preto! entre tantas outras coisas.

Por ter uma carreira política de menos exposição, não tenho tantos casos de curiosidades obscuras sobre a Dilma. E por ter meu voto declarado para ela, acabo sabendo mais dos podres do asversário. Até porque acredito que ele tenha um número bem maior de podres! Mas gostaria de ver a Dilma discutindo temas polêmicos também. Algumas alianças do PT nos últimos tempos, os casos de corrupção na casa civil e etc.

E principalmente, eu gostaria de ver propostas mais ousadas, mais concretas. Tudo que vemos são propostas vagas e mostradas de forma a não comprometer. O medo domina os candidatos.

Da forma que está, o debate é inútil. Assistir ou não ao debate é a mesma coisa. Tanto faz se assisti ou se preferi dormir ou jogar vídeo-game, ou fazer qualquer outra coisa. O debate não consegue me convencer de nada, e sinceramente, duvido que consiga convencer algum eleitor indeciso.