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sábado, 13 de novembro de 2010

Onde há fumaça...


Não sei se todos tem reparado. Mas o número de incêndios em favelas de São Paulo não está muito exagerado?

Eu como estou desempregado a agum tempo, de vez em quando fico zapeando os canais podres dessa televisão brasileira. É impressionante, fico parado na frente da TV e dificilmente fico mais de 15 segundos em um mesmo canal. Passo alguns minutos nessa vida de telespectador nômade e logo me canso e desligo a TV.

Porém uma coisa me chama muito a atenção. Nos últimos tempos, não é raro presenciar naqueles plantões mefistofélicos um grande incêndio em alguma favela de São Paulo.

Tem algum tempo que venho pensando nisso. Comecei a me perguntar o motivo de tantos incêndios nas favelas de SP. Não é normal isso. Não podem ser apenas acidentes. Será? Acho que não. Isso me incomodou por alguns dias, e me incomoda ainda mais agora.

Na revista Caros Amigos nº163, um artigo escrito por Débora Prado levantou essa questão. E trouxe dados interessantes, que só fizeram alimentar meu desconforto em relação a esse fato. Segundo a reportagem as favelas que pegaram fogo na cidade de São Paulo, são todas em regiões privilegiadas, onde existe um altíssimo interesse do mercado imobiliário. Algumas delas a prefeitura tenta retirar os moradores a muito tempo.

Sei não, mais do que suspeito. Acho que não são meros acidentes. Lógico que não estou afirmando nada e nem posso. Não tenho provas de nada e nem conheço pessoalmente os lugares que se incendiaram. No meu distanciamento só posso achar estranho, sem afirmar coisa alguma.

Pra quem tiver acesso à revista sugiro que leiam esse artigo. Algumas situações levantadas pelas lideranças comunitárias são graves. Na favela Real Parque, na zona sul de São Paulo, o incêndio começou em uma área que segundo as lideranças, é alvo de duro embate contra a prefeitura. Segundo os moradores, a perícia não é feita. "O barraco queimou de fora pra dentro" afirma um dos moradores. As autoridades se omitem, e o problema real, que é de moradia digna pra população, é mascarado.

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