Páginas

quinta-feira, 27 de janeiro de 2011

A VIDA E A MORTE...

Na última semana tive a péssima notícia de que uma antiga colega de trabalho havia falecido. Tão jovem e alegre, aquela figura que trabalhou diretamente comigo uns meses atrás, deixou de existir. Assim mesmo, abruptamente.

Esse tipo de evento mexe muito com qualquer pessoa, e comigo não foi diferente. A fragilidade do ser humano é evidenciada com uma brutalidade sem tamanho. Esfrega-se nas nossas fuças que não somos nada. Uma pessoa tão jovem e saudável tem a sua existência aniquilada em questão de segundos.

Antigamente o pensamento da morte me causava dias e dias de reflexão melancólica e improdutiva. Por não acreditar em religião nenhuma, em deus nenhum, em nenhuma representação do ‘divino’, eu não tinha a palavra de conforto sobre uma existência pós-morte. A morte nesse caso representa pura e simplesmente o fim. Assim mesmo, seco.

Hoje em dia o pensamento sobre a morte ainda causa desconforto. Claro! É o fim, o desconhecido, e acima de qualquer coisa é inevitável. Não podemos fazer nada contra ela. E esse sentimento de impotência é que eu acho que é o pior.

A humanidade ao longo da sua existência aprendeu a modificar praticamente tudo o que precisou. O ambiente é completamente modificado. A tecnologia desenvolvida ao longo de toda a história da humanidade permitiu que criássemos e adaptássemos quase tudo à nossa volta. Mas a morte é intocável. No máximo atrasamos seus planos, mas a vontade de Azrael, o ceifador sinistro é sempre cumprida.

Mudei muito a minha reação à morte. O fim seco e vazio que antes me torturava quando pensava nisso, hoje já não é o que mais me incomoda. E não é porque eu encontrei a palavra de conforto que me faltava, dizendo sobre uma existência pós-morte. É justamente o contrário.

Continuo a não acreditar em um deus ou entidade divina. E acho que a beleza da história está justamente nesse ponto. Não precisamos nos apegar ao conceito de uma existência pós-morte para sermos felizes em vida! Afinal não é o pensamento em deus ou em um plano espiritual que fará a nossa existência melhor. O importante é viver sem se prender a medos irracionais. Só existe morte onde antes havia vida. Sejamos felizes agora!

O crucial então, é VIVER. Não apenas existir, mas viver! No sentido mais amplo que a palavra possa ter. Experimentar, curtir as coisas boas e certas, aprender com as ruins e erradas, sorrir, chorar, correr, trabalhar, estudar, viajar, amar, sofrer, cantar e tudo o mais que a vida pede.

Particularmente, o triste evento da morte da minha amiga Bibiana me fez refletir sobre o fim. É claro que fiquei pensativo! A morte brandiu sua foice gélida próximo a mim. Atingiu uma amiga, e de forma brutal! Mas o que mudou foi a forma de encarar o fato. Fiquei sim muito triste, e por um instante, com o sentimento de que foi cometida certa injustiça, pois a Bibiana ainda tinha um longo caminho a percorrer. Porém não posso deixar de pensar que enquanto viva, ela aproveitou muito bem sua existência. Curtiu cada momento. Vivenciou coisas ótimas e coisas ruins. Foi feliz, alegrou a todos com sua espontaneidade e contribuiu de forma positiva na vida de muitas pessoas. Ela viveu enfim...

Nenhum comentário:

Postar um comentário